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Oruam sobe em ônibus e agita multidão na porta de presídio onde MC Poze estava preso

A espera pela saída do cantor Marlon Brendon Coelho Couto e Silva, o MC Poze do Rodo, do Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, nesta terça-feira, foi marcada por tumulto e correria. Uma multidão aguardava o artista e, quando três ônibus ficaram parados no trânsito, pessoas subiram nos veículos. A Polícia Militar interveio […]


A espera pela saída do cantor Marlon Brendon Coelho Couto e Silva, o MC Poze do Rodo, do Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, nesta terça-feira, foi marcada por tumulto e correria. Uma multidão aguardava o artista e, quando três ônibus ficaram parados no trânsito, pessoas subiram nos veículos. A Polícia Militar interveio para conter a confusão — que começou no momento da chegada do também cantor Oruam, que subiu num dos coletivos — e lançou gás de pimenta. Poze foi libertado por volta das 14h30, mas caminhou nas ruas internas para sair do complexo.

Mc Oruam sobe no teto de ônibus em frente ao presídio onde está Poze do Rodo

Mc Oruam sobe no teto de ônibus em frente ao presídio onde está Poze do Rodo

Poze entrou no carro às 14h50. Houve nova confusão, e a polícia usa balas de borracha e gás de pimenta para dissipar a multidão. MC Poze depois percorreu as ruas de Bangu em um carro com teto solar com a esposa, Vivi Noronha.

MC Multidão aguarda a saída do MC Poze do Rodo do Complexo de Gericinó. Poze teve a prisão temporária revogada. Na foto, MC Oruam. — Foto: Marcos Nunes / Agência O Globo
MC Multidão aguarda a saída do MC Poze do Rodo do Complexo de Gericinó. Poze teve a prisão temporária revogada. Na foto, MC Oruam. — Foto: Marcos Nunes / Agência O Globo

O cantor foi preso em casa, no último dia 29, por apologia ao tráfico. Nesta segunda-feira, um habeas corpus foi expedido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinando que o cantor seja colocado em liberdade.

Com a notícia da libertação do MC, fãs começaram a chegar ao Complexo de Gericinó de manhã. A multidão foi tomando conta do local. A situação era pacífica até a chegada de Oruam. Com os cabelos pintados de vermelho, o filho do traficante Marcinho VP chegou carregado e foi na direção de onde estava Viviane Noronha.

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que o alvará de soltura do cantor “chegou ao e-mail da unidade prisional precisamente às 14h16 para ser cumprido e os procedimentos legais para sua liberação já foram iniciados”. “O artista encontra-se na unidade prisional, onde as providências administrativas estão sendo tomadas para a efetivação da soltura”, diz a nota.

A multidão à espera de Poze do Rodo — Foto: Marcos Nunes/Agência O Globo
A multidão à espera de Poze do Rodo — Foto: Marcos Nunes/Agência O Globo

Em liberdade, o MC terá que cumprir algumas medidas cautelares, como comparecer mensalmente a cada 10 dias à Justiça, não poderá deixar o Rio e não poderá se comunicar com investigados no inquérito e “pessoas ligadas à facção criminosa Comando Vermelho”.

Na decisão, o desembargador Peterson Barroso Simão afirma que a prisão foi concedida por ser considerada essencial para as investigações “por haver fundadas razões de autoria no crime de tráfico de drogas”. No entanto, o magistrado pondera que o “material arrecadado na busca e apreensão parece ser suficiente para o prosseguimento das investigações, sem a necessidade da manutenção da prisão” já que “não há comprovação, por ora, de que ele estivesse com armamento, drogas ou algo ilícito em seu poder”.

O funkeiro foi preso em casa, num condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Levado para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho, Zona Norte, chegou ao local algemado, sem camisa e descalço, conduzido de cabeça baixa por dois policiais. Ele é investigado por tráfico de drogas, associação para o tráfico e apologia ao crime. Para o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, as letras e shows do funkeiro exaltam o CV e disseminam o que a polícia definiu como “narcocultura”.

Em sua decisão, o desembargador fez duras críticas a forma da prisão de MC Poze. O desembargador diz que “há indícios que comprometem o procedimento regular da polícia. Pelo pouco que se sabe, o paciente teria sido algemado e tratado de forma desproporcional, com ampla exposição midiática, fato a ser apurado posteriormente.”

Além disso, o desembargador também ponderou que MC Poze já tinha sido investigado em outro processo semelhante e absolvido em primeira e segunda instância.

“Verifica-se que a prisão temporária não é exatamente a solução almejada pela população, pois todos nós imaginamos como funciona a máquina criminosa do Comando Vermelho. É preciso prender os chefes, aqueles que pegam em armas e negociam drogas. O alvo da prisão não deve ser o mais fraco – o paciente, e sim os comandantes de facção temerosa, abusada e violenta, que corrompe, mata, rouba, pratica o tráfico, além de outros tipos penais em prejuízo das pessoas e da sociedade”, completa Peterson Simão.



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