Na última terça-feira, o neurocirurgião Paulo Niemeyer conduziu uma cirurgia cerebral no Chico Buarque de Hollanda, de 80 anos, realizada no Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro. O procedimento foi necessário para tratar uma hidrocefalia, quando a pressão intracraniana é aumentada pelo excesso de líquido nos ventrículos cerebrais.
O técnica consiste na implantação de uma válvula no centro do cérebro, que é ligada a um cateter que desce por baixo da pele até a barriga. Quando a pressão aumenta, a válvula abre, drena o excesso de líquido, ele vai para a corrente sanguínea e sai pela urina.
— Ele está muito bem. Ótimo — diz o médico Paulo Niemeyer ao GLOBO. Veja a entrevista a seguir.
Como está a recuperação do Chico Buarque?
Ele está muito bem. Ótimo. Já saiu da cama, anda pelo quarto normalmente. A alimentação é livre, sem restrições. Restringi aos familiares mais próximos, como a mulher e os filhos. Prefiro que ele amplie as visitas só quando voltar para casa. A alta deverá ser na quinta-feira agora.
Quais sintomas ele sofreu?
Ele teve um desequilíbrio sutil, normal nessa idade. Poderia perfeitamente seguir a vida com isso. Tem gente que não quer se submeter à cirurgia e prefere com o passar do tempo, andar com bengala, por exemplo. O implante da válvula é para melhorar totalmente a qualidade de vida do paciente. Os sinais mais comuns do problema são dificuldade para mudar de posição, como sentar, levantar, se virar, trocar os passos. Tem gente que piora progressivamente, outros não.
A técnica cirúrgica de implantação da válvula cerebral, utilizada, foi refinada com o passar dos anos?
A técnica de implantação não. Mas as válvulas estão mais sofisticadas. Antes tinham uma pressão fixa e eventualmente precisavam ser trocadas. Agora são regulares. Importante falar que nenhum dispositivo fica aparente no corpo. O Chico Buarque não terá nenhuma restrição, daqui a pouco estará jogando futebol, como ele gosta.