Chico Buarque passou por uma cirurgia no crânio na manhã desta terça-feira (3), no Hospital Copa Star, em Copacabana, no Rio como informou o colunista do GLOBO Ancelmo Gois. A operação para diminuir a pressão intracraniana, que já estava programada, segundo sua assessoria, foi conduzida pelo neurocirurgião Paulo Niemeyer e durou cerca de uma hora.
O compositor já está de volta ao quarto, falando normalmente e deve ter alta em dois ou três dias. Companheira do artista, a jurista Carol Proner, permanece no hospital com ele. Chico está sendo acompanhado de perto pelo clínico geral Antonio José Carneiro.
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Chico Buarque e o MPB4, em 1968, no Festival de Música Popular Brasileira — Foto: Arquivo
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Chico Buarque em 1970, um dia depois de retornar do exílio na Itália — Foto: Arquivo/ Agência O GLOBO
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No palco, Milton Nascimento e Chico Buarque, em show realizado em Três Pontas (MG) em 1977 — Foto: Paulo Moreira / Agência O Globo
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Diretas Já: Chico Buarque e Fernando Henrique Cardoso durante comício em São Paulo — Foto: Antonio Carlos Piccino
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Chico Buarque, Paulinho da Viola e Caetano Veloso — Foto: Athayde dos Santos / Agência O Globo
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Bob Marley disputa partida de futebol com Chico Buarque no Rio — Foto: Reprodução/Instagram
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Maria Bethânia e Chico Buarque no Canecão, em 1975 — Foto: Divulgação
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Em 1968, atores encenaram “Roda Viva”, no Rio. O elenco da peça, de Chico Buarque, foi espancado em São Paulo pelo Comando de Caça aos Comunistas — Foto: Reprodução
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Imagem de 1968 que integra a fotobiografia de Chico Buarque, ‘Revela-te, Chico’, organizada por Augusto Lins Soares — Foto: Cynira Arruda
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Chico Buarque em show no Canecão, em 1994. — Foto: Paula Johas / Agência O Globo
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1998 – Chico Buarque – Estação Primeira de Mangueira, com o enredo “Chico Buarque da Mangueira” — Foto: Fernando Maia / Agência O Globo
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Desfile da escola de samba Estação Primeira de Mangueira com o enredo “Chico Buarque da Mangueira” – — Foto: Hipólito Pereira / Agência O Globo
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Show tributo a Tom Jobim no Rio de Janeiro, em 1995. Evento contou com Caetano Veloso, Gal Costa, Milton Nascimento, Chico Buarque, Gilberto Gil e Paulinho da Viola. — Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo
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Chico Buarque num galpão em São Cristóvão, Rio de Janeiro, durante as filmagens do clipe da canção “Carioca”, em 1998 — Foto: Ana Branco / Agência O Globo
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Chico Buarque na turnê nacional de “Caravanas”. Na foto, o compositor com o chapéu que pertenceu ao músico Wilson das Neves, em 2018 — Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo
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Elza e Chico Buarque em bastidores de show em 2000 — Foto: Agência O Globo
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Carlos Leonam foi o responsável pela foto de Chico Buarque em seu disco “Construção” — Foto: Reprodução
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Em julho de 2018, ao lado de Gilberto Gil, Chico canta no festival “Lula Livre” — Foto: MAURO PIMENTEL / AFP
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O cantor Chico Buarque com o grupo MPB4 — Foto: Leo Aversa
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Chico Buarque em turnê “Que tal um samba?” — Foto: Leo Martins
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Chico Buarque e Maria Bethânia dividiram o palco no Show de Verão da Mangueira, em 2020 — Foto: Divulgação
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Os cantores Chico Buarque e Mônica Salmaso, no show “Que tal um samba?” — Foto: Divulgação/Leo Aversa
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Show “Ô Sorte – Wilson das Neves 80 anos”. Na foto, Ney Matogrosso e Chico Buarque — Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo
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Chico Buarque no primeiro episódio de ‘Na trilha do som’, de Marcelo Janot para o Canal Curta — Foto: Divulgação
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O cantor se internou na noite dessa segunda-feira (2). A necessidade da realização do procedimento foi apontada durante um check-up feito pelo artista. O exame detectou o excesso de líquido na cabeça, que precisou ser drenado. O problema foi detectado bem no início e, a longo prazo, poderia afetar a fala e os movimentos do artista.
Chico Buarque fez participação no show de Gilberto Gil
No último domingo, Chico fez participação surpresa e histórica no show de Gilberto Gil, “Tempo rei”, na Marina da Glória. Muito emocionado, Chico cantou “Cálice” com o amigo de longa data e chegou a chorar. A música foi composta por eles nos anos 1970 e virou símbolo da resistência artística e política da época contra a repressão imposta pela ditadura militar.
O cantor entrou e saiu no palco da Marina andando muito devagar, demonstrando até um pouco de dificuldades, conforme apontaram pessoas que estavam na plateia e compartilharam vídeos nas redes sociais.
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Mas, tudo indica, foi um momento específico. Ou até consequências de outras cirurgias pelas quais passou. Em 2021, submeteu-se a uma cirurgia na coluna devido à estenose do canal vertebral e, em 2023, passou por uma artroscopia no joelho direito devido ao desgaste da articulação.
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O fato é que na quinta-feira passada (29), Chico estava em campo jogando seu sagrado futebol com seu time Politheama. O compositor completará 81 anos no próximo dia 19.
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O compositor completou 80 anos no dia 19 de junho do ano passado. E em agosto do mesmo ano, lançou “Bambino a Roma”, romance inspirado em sua infância italiana. Em 1953, o pai de Chico, Sérgio Buarque de Hollanda, autor de “Raízes do Brasil”, foi convidado para dar aula na Universidade de Roma. A família viveu por lá até 1960. Um dos cenários de “Bambino a Roma” é um prédio baixo e amarelo onde vive um menino que tem um mapa-múndi colado na parede do quarto e já esqueceu as náuseas sentidas na viagem de navio desde o Brasil. Agora, ele quer descobrir a Cidade Eterna. E descobre também o desejo, a amizade de Amadeo (o filho do quitandeiro e seu parceiro de futebol) e o quanto dói uma apendicite. O menino Chico foge da escola, escreve cartas e bilhetes de amor a uma tal de Sandy L. e se aventura por Roma de bicicleta.
Num dos trechos, o personagem diz:
“…Rever a sala de visitas tal como era, sem tirar nem pôr, me dá uma tremedeira nas pernas.
Meus olhos se enchem de lágrimas vendo os afrescos da Capela Sistina no papel de parede da sala inteira.
Quando criança eu pouco me detinha naquele ambiente, nunca me sentei em seus sofás de veludo e suas poltronas rococó. Eu morria de medo daquelas figuras nuas e seminuas, principalmente as do teto. O teto traz A Criação de Adão, e onde os dedos de Adão e Deus quase se tocam ainda está fixada a canopla do lustre que Nadine acendeu. Agora ela abre as janelas, cata copos e cinzeiros no chão, deita garrafas nos sacos de lixo e some lá para dentro. Da porta de entrada reconheço as laterais da sala, que representam cenas da vida de Moisés e de Jesus Cristo, e ao fundo avisto um vestígio do telefone de parede marcando o papel de parede que retrata o Dia do Juízo Final. Se o resto do apartamento estiver igualmente preservado, logo à esquerda estará o lavabo e à sua frente o corredor que leva ao escritório, à porta da casa de Nero e aos sucessivos quartos até a cozinha e a área de serviço.
No entanto, não consigo arredar pé daquele umbral, não consigo ultrapassar o batente da porta escancarada. Meu corpo oscila, recuo, me pego a andar para trás. Sinto que é a minha mãe me puxando pela gola.”
Em março passado, o colunista do GLOBO Lauro Jardim informou que “Bambino a Roma” vai virar filme. Segundo o jornalista, “os direitos do livro foram comprados por Rita Buzzar, que produziu o longa “Budapeste”, de 2009, baseado também num romance do artista. O diretor da adaptação será Miguel Faria Jr., responsável, aliás, pelo documentário “Chico, artista brasileiro” (2015). Não há ainda atores escolhidos para o filme, que terá partes rodadas no ano que vem em Roma, onde se passa a história.”