‘Toda a equipe da embaixada está desolada e devastada com o assassinato. Não há palavras que expressem a profundidade da nossa dor e horror diante desta perda devastadora’, diz o texto.
A Polícia americana investiga as motivações de um ataque a tiros que matou dois assessores da Embaixada de Israel nos Estados Unidos, perto do Museu Judaico, em Washington. O atentado aconteceu ontem à noite, durante um evento organizado pelo Comitê Judaico Americano.
A informação das mortes foi confirmada nas redes sociais pela secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem. O suspeito, identificado como Elias Rodriguez, de Chicago, entrou no museu depois do ataque e foi detido pela segurança.
Segundo a polícia, quando foi preso, o homem começou a gritar: ‘Palestina livre’.
O embaixador israelense nos Estados Unidos, Yechiel Leiter, disse que as vítimas eram um jovem casal que iria ficar noivo na próxima semana, em Jerusalém. Ele chegou a comprar o anel com a intenção de pedir a namorada em casamento.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, afirmou que ambos eram funcionários locais. O pai de Yaron teria afirmado que seu filho era um ‘guerreiro em nossa frente diplomática’.
Lischinsky tinha 28 anos e trabalhava no departamento político da embaixada israelense em Washington na parte de Assuntos do Oriente Médio e do Norte da África. Ele trabalhava na embaixada desde 2023.
De acordo com a biografia em seu blog no Times of Israel, ele tinha mestrado em Governo, Diplomacia e Estratégia pela Universidade Reichman e bacharelado em Relações Internacionais pela Universidade Hebraica.
Na página do Linkedin, ele ainda disse que:
‘Sou um fervoroso defensor da visão delineada nos Acordos de Abraão e acredito que expandir o círculo de paz com nossos vizinhos árabes e buscar a cooperação regional é do melhor interesse do Estado de Israel e do Oriente Médio como um todo. Para tanto, defendo o diálogo inter-religioso e a compreensão intercultural’.
Yaron Lischinsky tinha cidadania alemã e também foi responsável por ser um dos fundadores da Sociedade Germano-Israelense. Ele se mudou para o país asiático quando era adolescente.
‘Nós o lembramos como uma pessoa de mente aberta, inteligente e profundamente comprometida, cujo interesse nas relações germano-israelenses e nas maneiras de alcançar a coexistência pacífica no Oriente Médio iluminava o ambiente ao seu redor’, disse o presidente da sociedade, Volker Beck.
Já Milgrim não teve a idade revelada, apenas que ela tinha um mestrado e se concentrou no papel das amizades na construção de paz entre Israel e Palestina. Ela se concentrou as experiências de 12 participantes israelenses e palestinos em um seminário, documentando suas histórias e as complexidades do conflito israelense-palestino.
Sarah Lynn Milgrim durante seminário. — Foto: Reprodução/Linkedin
Ela se formou em antropologia pela Universidade do Kansas, nos EUA e depois realizou estudos em Relações Internacionais.
Seu trabalho na embaixada, segundo a Associated Press, era organizar missões a Israel. Sarah Lynn Milgrim também atuava na embaixada desde 2023.
A Polícia dos Estados Unidos ainda investiga quem é o homem e busca mais detalhes de possíveis afiliações. Por enquanto, as primeiras informações que se sabe é de um homem de 30 anos de idade da cidade de Chicago.
Policiais cercam área de ataque contra funcionários da embaixada dos EUA. — Foto: Alex WROBLEWSKI / AFP
‘Após o tiroteio, o suspeito entrou no museu e foi detido pela segurança do evento. Uma vez algemado, o suspeito identificou onde descartou a arma, que foi recuperada, e ele insinuou que cometeu o crime’, disse a chefe da Polícia Metropolitana de Washington, Pamela Smith.
Smith ainda afirma que ele estava andando de um lado para o outro antes do ataque, o que daria indícios de que foi algo premeditado.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que está chocado com o episódio. O premiê chamou o caso de ‘assassinatos antissemitas’ e prometeu fortalecer a segurança das embaixadas israelenses pelo mundo.
O presidente israelense Isaac Herzog também afirmou estar ‘devastado’ com as cenas do tiroteio em Washington.
O embaixador de Israel nas ONU, Danny Danon, chamou o tiroteio de um ‘ato de terrorismo antissemita perverso’ em suas redes sociais.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, condenou o ataque, se solidarizou com as famílias das vítimas e atribuiu o caso ao antissemitismo.