Em uma operação inédita realizada no último sábado, a Força Aérea Brasileira (FAB) apreendeu uma embarcação semi submersível, um tipo de “mini-submarino” frequentemente usado pelo narcotráfico, na região da Ilha de Marajó, no Pará. A embarcação seria utilizada para transportar cocaína até a Europa.
- ‘Inteligência adversa’: da prevenção à neutralização, como o governo age para identificar espiões que atuam no Brasil
- Da Polônia para o Brasil: Maior sino do mundo chegou a Trindade (GO) após uma viagem de 50 dias e 10 mil quilômetros
A ofensiva contou com o uso de ferramentas avançadas de inteligência artificial, imagens de satélite de alta resolução e aeronaves da FAB equipadas com sensores especiais. Esses recursos permitiram monitorar e mapear movimentações fluviais incomuns na complexa malha hidrográfica da Amazônia.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/p/A/6TiiTfQqujpPU2vfMPsA/whatsapp-image-2025-06-01-at-15.12.44-1-.jpeg)
Durante a missão de reconhecimento, as aeronaves R-99 (plataforma aérea da FAB voltada à vigilância e inteligência) detectaram estruturas navais camufladas entre galpões ribeirinhos, além de padrões logísticos atípicos em rotas estratégicas da região. As informações captadas por sensores instalados nas aeronaves e satélites em órbita da Terra foram compartilhadas com as equipes da Polícia Federal e viabilizaram a mobilização terrestre para interceptar a embarcação.
Segundo a FAB, o isolamento geográfico da Ilha de Marajó, um dos maiores arquipélagos fluviomarinhos do mundo, favorece ações do crime organizado, que investe em soluções logísticas sofisticadas para despistar a fiscalização.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/Z/B/0PtyHESSK6BXZEfwR0Ag/whatsapp-image-2025-06-01-at-15.12.43.jpeg)
Investigação começou na Europa
A operação de sábado foi impulsionada por um episódio recente em águas europeias: em março deste ano, autoridades portuguesas interceptaram uma embarcação similar carregada de cocaína.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/E/K/lSFPh8QK6HWOZ6Xq4cCQ/whatsapp-image-2025-06-01-at-15.12.46.jpeg)
A partir desse caso, o trabalho conjunto entre a FAB e a PF foi intensificado. Equipes passaram a cruzar imagens orbitais e dados eletrônicos gerados por aeronaves brasileiras, o que levou à identificação de rotas fluviais clandestinas, pontos de fabricação artesanal e o provável destino transatlântico das embarcações.